Do ATUAL
MANAUS – “Os planos dele [Jair Bolsonaro] eram matar. Ele queria matar o Lula, o Alckmin e o ministro do Supremo [Alexandre de Moraes]. Esse é o tipo de gente que está lá, é a ‘turma da morte'”, afirmou o vereador José Ricardo (PT) em entrevista ao ATUAL nesta sexta-feira (2).
O vereador lamentou que o bolsonarismo continue vivo: “O bolsonarismo continua ainda vivo, lamentavelmente. Foi o pior período da história do nosso país. Fico pensando o que teria acontecido se ele [Jair Bolsonaro] tivesse sido reeleito”, disse.
O parlamentar criticou a postura de alguns políticos da Amazônia. “Tem muito parlamentar federal na Amazônia que defende a morte. A morte da floresta, dos indígenas, das águas […]”.
Anistia do 8 de Janeiro
O vereador disse ser contra a anistia aos presos que atacaram o STF (Supremo Tribunal Federal), o Congresso e o Palácio do Planalto no 8 de janeiro de 2023. José Ricardo afirma que a anistia representaria impunidade e incentivo a novas tentativas de golpes de Estado.
“Anistia significa dizer: ‘Olha, o pessoal tentou um golpe de Estado, queria matar o presidente da República, o vice, o ministro do Supremo [Alexandre de Moraes], explodir bombas, destruir e matar. Agora, não deu certo, foram presos, estão condenados, e eu vou anistiar’. Isso significa impunidade. Estimula novos golpes”, afirmou.
José Ricardo defende mobilização para não deixar que a anistia se naturalize: “É fácil: ‘Vou fazer um golpe, fico preso um pouquinho, e tudo bem, ou serei anistiado’. Não, não está tudo bem. O país está à beira de viver uma nova ditadura, de perseguição e morte. Se eles queriam o golpe, queriam matar as maiores autoridades do país, não há espaço para anistia”.
Militares e empresários
José Ricardo também criticou militares do CMA (Comando Militar da Amazônia) por permitirem acampamento em frente ao quartel e defendeu a prisão de empresários que financiaram as ações. “Se fosse realmente ser mais abrangente, todos os militares dos quartéis que permitiram acampamentos na frente seriam presos e julgados. Não sei como não prenderam todo mundo aqui do Comando Militar da Amazônia”.
“Todos que estavam impedindo o funcionamento de um quartel, todos na frente estavam, a princípio, apoiando o golpe. Todos os empresários que bancaram [os acampamentos] em Manaus também deveriam ser responsabilizados. Alguns ainda falam grosso até hoje”, acrescentou o vereador.
José Ricardo reconheceu que a esquerda está enfraquecida na Amazônia, mas acredita que em Manaus essa rejeição tenha diminuído. Segundo ele, a esquerda foi praticamente varrida e precisa se reorganizar.
“Na eleição de 2022 a esquerda foi quase totalmente varrida na Amazônia. Só no Pará sobraram um ou dois deputados federais. Nos outros Estados, todos os políticos, parlamentares federais e senadores do campo progressista foram perdidos. É momento de recuperação. A direita continua forte, claro, na Amazônia”, afirmou o vereador.